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  • via Archdaily

Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) / Paulo Mendes da Rocha

Fique de olho, ou você pode perder o Museu Brasileiro de Escultura, o MuBE. Amplamente considerado a obra-prima do ganhador do Prêmio Pritzker, Paulo Mendes da Rocha, o edifício nasceu de fato do desejo de não ter nenhum prédio. Quando, na década de 1980, um terreno baldio no bairro dos Jardins, em São Paulo, foi escalado para se tornar um shopping center, os abastados moradores do bairro se mobilizaram para criar uma praça pública no terreno. Para abrandar os ânimos e garantir que a terra permanecesse sem o shopping, eles contrataram Paulo Mendes da Rocha para criar o MuBE. Concluído em 1995, o museu de 7.000 metros quadrados esconde-se abaixo do nível do solo, preservando assim o que em São Paulo é o mais raro dos luxos: um espaço público verde.



Pupilo de Vilanova Artigas, Mendes da Rocha está há muito tempo associado à chamada "escola paulista", também conhecida como "brutalismo brasileiro". Seus adeptos, incluindo Joaquim Guedes e Lina Bo Bardi, são conhecidos por ocupar grandes espaços usando as mais simples formas e materiais - principalmente longos blocos de concreto bruto. No MuBE, Mendes de Rocha teve que conter esse desejo de fazer uma massa flutuante, já que a maior parte do museu fica no subsolo. No entanto, ele inclui um clássico afloramento brutalista - uma estrutura longa e difícil de definir, que se parece com uma longa mesa ou banco. Além de fornecer abrigo do forte sol e das famosas garoas de São Paulo, ele sutilmente define o espaço dos jardins de esculturas ao ar livre.



Criada pelo grande arquiteto paisagista Roberto Burle Marx, os jardins são muito mais que um belo complemento do projeto de Mendes de Rocha. Eles integram o próprio museu, exibindo obras monumentais de esculturas modernistas como Ivald Granato e Francisco Brennand. Andando em meio a essas obras, quase não há a percepção de que você está em cima de um grande museu. No entanto, as formas curvas da natureza vão gradualmente dando lugar à forma geométrica concreta do teto do museu. Finalmente, degraus e rampas levam à entrada semi-enterrada do MuBE.



O interior do museu consiste em um favo de salas que abrigam escritórios administrativos e uma escola de arte. Além deles, estão as galerias em forma de caverna, cujos trechos horizontais ininterruptos de concreto fazem com que os espaços pareçam ainda maiores do que realmente são. Assim como o próprio museu procura desaparecer dentro do ambiente urbano, essas galerias oferecem grandes quantidades de espaços residuais, que podem ser configurados e reconfigurados de infinitas maneiras - ideal para a exibição de esculturas.



Mas o design de Paulo Mendes da Rocha se torna mais marcante na junção entre o exterior e o interior. Uma espécie de jardim flutuante começa perto da entrada do museu e parece adentrar o próprio edifício. Enquanto as formas construídas do jardim são rigidamente geométricas, as plantações tropicais são despejadas em floreiras quadradas de concreto. Várias formas quadradas como as das floreiras servem como pedestais para as peças escolhidas da coleção do museu. Mas um dos pedestais fica totalmente vazio. Talvez esteja esperando alguma escultura especial do futuro. Ou talvez seja uma espécie de trampolim, convidando-nos para o espaço imaginário que o museu ocupa.






Este texto foi traduzido pela equipe URBE. Você pode acessar o texto original clicando AQUI.


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